Research Study Abstract
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Fatores Associados Ao Comportamento Sedentário De Pacientes Hospitalizados Não Restritos Ao Leito
- Added on December 11, 2013
Introdução:
O prolongado tempo de permanência ao leito está relacionado ao desenvolvimento de disfunções músculo-esqueléticas e respiratórias. Portanto, a caracterização do nível de atividade física e a verificação dos fatores associados em pacientes hospitalizados podem ser fundamentais para estratégias de prevenção de complicações do imobilismo.
Objetivos:
Avaliar o nível de atividade física em pacientes recém-hospitalizados e independentes para deambulação e verificar quais fatores estão associados a este comportamento.
Métodos:
Este estudo envolveu 86 pacientes (53% masculino; 48,8±17,7 anos; 28,7±12,7 Kg/m2) consecutivos, internados num hospital universitário por motivos clínicos ou cirúrgicos. Foram incluídos pacientes sem restrição para deambulação. Foram excluídos pacientes com distúrbio cognitivo ou neurológico agudo. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética (CAAE 06324412.9.0000.0068) e todos os pacientes assinaram o termo de consentimento. Todos os pacientes foram avaliados quanto a sua história clinica, hábitos e vícios, antropometria e iniciaram a mensuração do nível de atividade física no primeiro dia de internação hospitalar. A avaliação do nível de atividade física foi realizada através da acelerometria com o Actigraph GTX3 colocado na cintura dos pacientes durante 24h por dia, durante 4 dias consecutivos. Foram realizadas análise descritiva e regressões lineares múltiplas.
Resultados:
Os pacientes passaram a maior parte do seu tempo deitados no leito (3643±1813 minutos, 95%±3% do tempo total avaliado) e pouco tempo fazendo atividades de moderada intensidade (15±20 minutos, 0,5%±0,5% do tempo total avaliado). O nível de atividade física entre eles foi tão baixo que a média de calorias gastas por dia foi de 56,7±53,3 Kcals, com 1,02±0,02 METS. A média diária de passos foi de 796±917. Os modelos de regressão mostraram que os fatores idade e peso foram associados ao comportamento sedentário (R2=0,50, p<0,05) e que a história de tabagismo e de etilismo, assim como queixas de dor músculo esquelética e respiratórias (dispnéia) foram associados negativamente com as atividades de moderada intensidade (R2=0,63, p<0,05). O índice de massa corporal, a presença de comorbidades e a presença de câncer não foram associados ao nível de atividade física.
Conclusões:
Nossos achados mostram que a inatividade física é altamente prevalente durante a hospitalização de pacientes não restritos ao leito. Os fatores associados ao sedentarismo são idade, peso, tabagismo, etilismo, dor músculo-esquelética e queixa respiratória; o que deve alertar para o estímulo da atividade física intra-hospitalar preventiva.